Fundos imobiliários que pagam dividendos acima do CDI: confira a lista com os principais
O cenário de investimentos no Brasil enfrenta mudanças relevantes com o recente aumento da taxa Selic para 11,25% ao ano. Esse ajuste impacta diretamente os investimentos de renda fixa e o CDI, índice de referência para a maioria dos fundos de renda fixa no país.
Apesar do crescimento da Selic, alguns fundos imobiliários (FIIs) continuam a oferecer dividendos superiores ao CDI, o que torna esses ativos uma alternativa interessante para investidores em busca de rendimentos mais elevados.
A possibilidade de obter uma renda passiva estável, mesmo em períodos de alta dos juros, faz dos FIIs uma opção atraente para diversificação de carteira.
Impacto da Selic nos fundos imobiliários
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a Selic em resposta ao cenário econômico atual. Esse movimento influencia o CDI, que se aproxima da taxa básica de juros e é uma referência para a rentabilidade de diversos ativos.
Com a Selic em 11,25% ao ano, o CDI agora se encontra em 11,15%, o que afeta a competitividade dos FIIs em comparação a outros investimentos de renda fixa. Apesar disso, vários fundos imobiliários continuam apresentando rentabilidades atraentes, superando o CDI em dividendos.
De acordo com levantamento da Economatica, 55 FIIs obtiveram dividend yields superiores ao CDI nos últimos 12 meses. No levantamento anterior, realizado antes da última decisão do Copom, esse número era 56, demonstrando que o aumento na Selic teve um impacto leve, mas não reduziu drasticamente a atratividade dos FIIs.
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Principais FIIs com dividendos acima do CDI
Mesmo com o aumento da Selic, alguns FIIs continuam proporcionando dividendos elevados. Entre os fundos que mais se destacam, o HGPO11 lidera com um dividend yield de 56,44% nos últimos 12 meses, seguido pelo HTMX11 com 16,84% e o CACR11 com 15,80%.
Esses FIIs, além de distribuírem dividendos significativos, oferecem uma rentabilidade adicional pela valorização das cotas, o que potencializa o retorno ao investidor.
Lista dos principais FIIs com dividendos acima do CDI
Código | Dividend Yield (12 meses) | Valorização Total (12 meses) |
---|---|---|
HGPO11 | 56,44% | 22,67% |
HTMX11 | 16,84% | 29,06% |
CACR11 | 15,80% | 14,26% |
AIEC11 | 15,42% | -5,82% |
MFII11 | 15,27% | 22,84% |
Essa lista destaca FIIs que oferecem alta distribuição de dividendos em relação ao CDI, com alguns apresentando ainda valorização positiva, o que pode representar um atrativo adicional para investidores.
Efeitos dos juros nos FIIs: papéis e tijolos
A elevação da Selic gera efeitos distintos entre os tipos de FIIs.
Os fundos de tijolo, que investem diretamente em imóveis, tendem a ser mais sensíveis às oscilações de juros, uma vez que o aumento na Selic eleva o custo de financiamento, impactando a rentabilidade.
Fundos alavancados, que utilizam dívida em suas operações, podem ter a distribuição de dividendos reduzida.
Por outro lado, FIIs de papel — que investem em títulos como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) — possuem maior resiliência, pois muitos desses ativos têm taxas atreladas ao CDI, favorecendo o pagamento de dividendos mais altos em cenários de juros elevados.
De acordo com especialistas do setor, os FIIs de papel tendem a continuar atrativos enquanto os juros permanecerem altos, uma vez que muitos de seus títulos estão vinculados ao CDI e à inflação. Fundos como VGIR11 e KNHY11, indexados ao IPCA e CDI, se beneficiam diretamente desse contexto.
Como escolher FIIs de alto desempenho em dividendos
Escolher FIIs com alto dividend yield requer atenção a alguns fatores específicos.
Cassiano Jardim, da Barzel Properties, recomenda priorizar fundos com contratos de locação duradouros e com cláusulas de reajuste, principalmente atrelados a índices de inflação como IPCA ou IGPM.
Esses contratos oferecem uma proteção natural contra a inflação, ajudando os fundos a manter uma rentabilidade atrativa.
Outro ponto crucial é a diversificação. FIIs que possuem um portfólio de inquilinos diversificado estão mais protegidos contra variações no mercado, uma vez que a diversificação reduz o risco de impacto significativo caso um dos locatários enfrente dificuldades financeiras.
Análise do Ifix e projeções para os próximos meses
O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) da B3 teve uma valorização acumulada de 2,69% nos últimos 12 meses. Essa alta, embora modesta, indica a resiliência do setor de FIIs frente a um cenário econômico desafiador.
Muitos analistas do mercado financeiro acreditam que esse é um bom momento para a entrada em FIIs, especialmente para investidores que buscam diversificar suas carteiras e aproveitar a estabilidade dos dividendos pagos por esses fundos.
Projeções para os próximos anos apontam uma possível queda gradual da Selic, o que pode beneficiar ainda mais os FIIs de tijolo, pois o custo de financiamento tende a diminuir.
No entanto, enquanto as taxas de juros permanecerem elevadas, FIIs de papel continuarão a se destacar pela capacidade de distribuir rendimentos indexados ao CDI, mantendo o dividend yield alto.
Vantagens de investir em FIIs com dividendos acima do CDI
Investir em FIIs que distribuem dividendos acima do CDI é uma estratégia vantajosa para investidores que buscam diversificação e renda passiva.
Diferente de outros ativos de renda fixa, que têm seu retorno fixado ou limitado pela Selic, os FIIs oferecem a possibilidade de ganhos por meio da valorização das cotas e pela distribuição de dividendos.
Além disso, a liquidez dos FIIs listados na B3 permite que os investidores comprem e vendam cotas conforme necessário, o que proporciona flexibilidade para quem deseja ajustar sua carteira com base em mudanças econômicas.
Para investidores de longo prazo, especialmente, FIIs com bons dividend yields oferecem uma oportunidade de acumular patrimônio, recebendo uma renda adicional ao longo do tempo.
Qual o melhor FII para investir?
Com o cenário de juros altos, os FIIs de papel se destacam como a melhor opção para quem busca retornos acima do CDI no curto e médio prazo. Já os FIIs de tijolo podem oferecer oportunidades de valorização no longo prazo, principalmente em um cenário de redução gradual da Selic.
A recomendação é que o investidor mantenha uma carteira equilibrada, com ambos os tipos de FIIs, para aproveitar o melhor de cada ativo.
A escolha dos FIIs depende do perfil de cada investidor, sendo ideal diversificar os tipos de ativos para alcançar uma estratégia sólida e de longo prazo.